Caso Gabriel: "A sentença representa um passo fundamental na busca por justiça", diz defesa da família de jovem morto após abordagem policial

Mateus Ferreira e Marcos Fonseca

Caso Gabriel:

Foto: Arquivo pessoal

A advogada Rejane Igisk Lopes, que representa a família de Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, morto após uma abordagem policial em agosto de 2022, em São Gabriel, manifestou-se nesta sexta-feira (11) sobre a determinação da Justiça Estadual de levar a júri popular os três policiais militares envolvidos no caso, acusados de homicídio qualificado. A decisão foi divulgada na quinta-feira (10) pela juíza Liz Grachten, da Vara Criminal de São Gabriel. O julgamento ainda não tem data marcada. 


Os réus são o sargento Arleu Junior Jacobsen e os soldados Raul Veras Pedroso e Cleber de Lima. Eles estão presos preventivamente desde 23 de agosto de 2022. A juíza negou o direito de responderam pelo crime em liberdade. 


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Para a magistrada, há elementos que apontam que um dos policiais teria agredido Gabriel com golpes de cassetete, enquanto os outros dois, incluindo um superior hierárquico, teriam consentido com a ação e "prestado apoio à violência". O Diário ouviu o posicionamento das defesas dos militares, que afirmaram que seus clientes são inocentes. 


Em nota enviada à reportagem, a defesa da família de Gabriel Marques afirmou que a "sentença representa um passo fundamental na busca por justiça". Confira o texto divulgado pela advogada Rejane Igisk Lopes: 

​"A sentença de pronúncia representa um passo fundamental na busca por justiça, reforçando a importância da soberania das decisões do Tribunal do Júri, constituído por representantes da população civil, nos casos de grave violação à vida e à dignidade humana.

Por isso, é essencial que a sociedade siga acompanhando com atenção este caso, que envolve agentes públicos cuja missão constitucional é proteger vidas e assegurar a ordem, jamais praticar atos de violência ou arbitrariedade.
A família de Gabriel reafirma sua confiança nas instituições e espera que o julgamento garanta que os responsáveis respondam pelos seus atrozes atos.
Reforça-se que a luta por justiça não é apenas em memória de Gabriel, mas em defesa de valores fundamentais ao Estado de Direito e à dignidade humana."


Relembre o caso

Foto: Reprodução


Morador de Guaíba, Gabriel estava em São Gabriel para prestar serviço militar obrigatório. Ele desapareceu após uma abordagem da Brigada Militar na noite de 12 de agosto de 2022. O jovem foi encontrado morto em um açude, na localidade de Lava Pé, no dia 19 daquele mês.


De acordo com a denúncia do Ministério Público, Gabriel foi abordado por policiais militares após uma denúncia de perturbação da tranquilidade. Durante a ação, um dos PMs teria agredido o jovem com golpes de cassetete na região do pescoço. Gabriel foi levado em uma viatura e, após isso, não foi mais visto com vida até a localização do corpo, uma semana depois. 


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